Quadrinhos

Os Filhos do Sol inaugura a Biblioteca Don Rosa da Disney, em capa dura e formato álbum, e já é um dos acontecimentos editoriais do ano

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Escrito por PH

DSC_0260Um dos maiores acontecimentos editoriais em quadrinhos do ano de 2017 e o mais marcante do mês de setembro foi o começo da publicação, pela Editora Abril, da Biblioteca Don Rosa. Chegando às bancas em capa dura e num formato álbum (22,5 x 30,5 cm) que não se vê desde os anos 70/80, época em que adquiri o Cinquentenário Disney e outras HQs da Disney com essa impressão primorosa, Tio Patinhas e Pato Donald: O filho do Sol Impressiona. Trata-se do primeiro número de uma coleção de dez títulos dedicados ao autor norte-americano, considerado o sucessor artístico de Carl Barks, cuja história que dá nome ao quadrinho foi publicada em 1987.

As 208 páginas da novidade trazem treze histórias, das quais, já li Os Filhos do Sol, uma narrativa em que Tio Patinhas e seu rival o escocês Macmônei entram numa disputa para ver quem localiza e reivindica primeiro o tesouro perdido dos Incas, uma fortuna econdida dos conquistadores espanhóis que estaria guardada no fundo do Lago Titicaca. Para isso, viajam ao Peru, onde descobrem uma gigantesca pirâmide camuflada por gazes que saem do subsolo e que pode guardar mais segredos do que se imagina.

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Num clima de Duck Tales, com história inserida ao enredo, e apresentando cores restauradas, Os Filhos do Sol me remeteram a Tintin e o Templo do Sol. É aventura em sua mais pura essência e o desenho é excelente! Para completar, o lançamento é cheio de extras com fotos. Num deles, podemos conferir a trajetória de Don Rosa.

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O preço de R$ 79,80, maior do que o de outros encadernados Disney na faixa dos R$ 59,90, é elevado para padrões brasileiros, mas está à altura da edição, destinada a colecionadores exigentes e acostumados ao padrão europeu de impressão. A HQ custa o que vale! E olha que o miolo foi impresso em papel Offset. Se tivessem usado papel couchê, esse volume chegaria fácil aos R$ 90,00 ou mais.

Apesar da resistência da maioria dos leitores a preços elevados, essa estratégia da Abril e de outras editoras como a Mythos, voltada para publicações mais luxuosas, não tem mais volta, na minha opinião. Logo, as bancas de jornal deixarão de ser a base para difusão de quadrinhos no Brasil, que migrarão totalmente para as livrarias, como já aconteceu na França e Bélgica. Também imagino que, num futuro próximo, HQs serão equiparadas em “status” à produção literária! Não demorará muito para que quadrinhos em capa mole e baratinhos sejam coisa do passado! Prefiro pagar mais por qualidade!

Assim espero que aconteça!

Por PH.

Tio Patinhas e Pato Donald - O Filho do Sol

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Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

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