Quadrinhos

Leia a sinopse em português do Tujaviu para O Planeta das Maldições, uma incrível aventura de Dani Futuro

DSC00714
Escrito por PH

DSC00714Há algumas semanas, resgatamos Dani Futuro, um quadrinho de 1978 que saiu pela Editora Abril, em capa dura e brochura, que teve autoria dos espanhóis Victor Mora (roteiro) e Carlos Giménez (desenho). Sua publicação em álbum na Bélgica aconteceu em 1973, através das Éditions du Lombard, depois de ter dado as caras no Jornal Tintin.

Nesse primeiro volume da saga, intitulado na Bélgica como Le Cimetière de L’Espace, tudo começa ainda no fim do século XX, quando o garoto Dani, filho do cientista Blanco, sofre um acidente de hidroavião no Círculo Ártico e acaba entrando em hibernação involuntária por 135 anos. Muito tempo depois, uma expedição acha o menino congelado no gelo, no ano de 2104. Graças à intervenção do Doutor Dosian, especialista em técnicas de reanimação, ele volta à vida em seis meses e precisa se acostumar a um mundo bastante diferente daquele que deixou no passado, onde terá a companhia da linda Íris, sobrinha do cientista, do engraçado Robô Jules e de golfinhos falantes.

No total, saíram sete HQs da franquia pelas Éditions du Lombard, editadas até 1983. Foram elas, com os títulos já traduzidos: O Planeta Nevermor, O Cemitério do Espaço, O Planeta das Maldições, O Mestre de Psicodelia, Um Planeta em Herança, O Fim de um Mundo e O Mágico do Espaço. No Brasil, paramos realmente no número um, com 49 páginas coloridas e formato de 21 x 27,5 cm, enquanto na Espanha, seu editor foi a Bruguera.

Hoje, falo sobre O Planeta das Maldições, número três da coleção belga. É que não estou lendo esse material em sua ordem de publicação. Essa aventura de 1975 é super atual e também ganhou uma reedição em 1981, justamente a que guardo. Sua trama tem a ver com desflorestamento e catástrofes provocadas por estranhas explosões que devastam o mundo de Canada-Again, um planeta com dois sóis gêmeos que vive praticamente em estado de inverno, coberto por uma vegetação de Tundras e Taigas. Esse mundo perdido, habitado pelos violentos nômades Khandits, tem sofrido também com a exploração madeireira, já que suas árvores, depois de cortadas, alcançam um enorme valor no mercado universal constituído pela Confederação dos Planetas Associados. Quem explora os ricos recursos vegetais de Canada-Again é a empresa terrestre Mendonza, que estabeleceu um enorme complexo numa fortificação quase inexpugnável e que se encontra a salvo das investidas dos Khandits. A bordo da Nave Transgalática CARONA, numa jornada entre a Terra e a Galáxia M-81, Dani Futuro e Íris se divertem numa festa à fantasia. Sem querer, eles presenciam a ejeção ao espaço de uma mulher, cujo corpo agora sem vida passará a flutuar pela eternidade da escuridão do cosmos. Percebendo que só pode ter sido um assassinato deliberado, vão à procura das autoridades da nave para avisá-las. Não chegam ao seu destino, pois são interceptados por indivíduos vestidos como Batman e Fantasma, que participavam do mesmo evento em que eles estavam.

DSC00716

Chefiado por um misterioso personagem de barba e bigode ruivos, a dupla de falsos super-heróis os sequestra e foge em três naves. Aquela em que estão Dani Futuro se desvia acidentalmente do comboio e vai parar em Canada-Again. Já na superfície, serão perseguidos pelos Khandits, pensando que os jovens fazem parte do grupo de madeireiros, mas serão salvas por Karah, uma telepata do Povo das Árvores. Ela os ajuda a chegar às instalações da Mendonza, onde poderão ficar em segurança, mas é ferida quando deixa Dani e Íris com os terráqueos. Ela acaba sendo capturada pelos Kandits. Sentindo-se em dívida com a moça que os resgatou, a dupla parte parte para livrá-la de seu cativeiro. Depois, já em trio, descobrirão o paradeiro de Dosian, do Capitão Stentor e do Robô Jules, que se encontravam desaparecidos, e o que está por trás das enigmáticas explosões em Canada-Again.

Com um traço que lembra o de Mézières, criador de Valerian, Dani Futuro tinha tudo para retornar ao Brasil. Suas histórias, a exemplo das narrativas do Agente Espaço-Temporal, são futuristas, cativantes, cheias de aventura e não dispensam uma crítica social e política, quando necessário. Poderiam ser igualmente tema de uma das coleções ASA/PÚBLICO que saem em Portugal.

Em breve, publico resenha detalhada de O Cemitério do Espaço, que conta a origem do personagem.

Dani Futuro - A Maldição dos Planetas

 

 

 

 

Por PH.

Sobre o Autor

PH

É ex-locutor do TOP TV da Record e radialista. Também produz a série Caçador de Coleções e coleciona HQs europeias, nacionais e quadrinhos underground

Deixe seu comentário